Eu fico mesmo é com o Rock-n-Roll
Por mais que em muitos casos se pareça óbvia a resposta, a realidade mesmo é que é quase impossível apontar o que de fato é um tipo de música melhor que outro. Existe fã-clube para tudo neste mundo e deus nenhum para aparecer e comprovar porra nenhuma.
Podem achar milhões de argumentos para explicar o porquê de uma canção ser melhor que a outra, no fim das contas será sempre mais alguém tentando defender seu gosto pessoal contra um outro gosto qualquer? Pois aí que mora o perigo.
Se você tem um pensamento crítico e questiona o outro, logo dizem que você não é humilde e se critica alguém da sua área então... é fogueira na certa, você quer criar confusão, você não respeita o artista nacional.
Vivemos em um país que se orgulha de sua total falta de opinião, de seu silêncio infantil e perigoso diante das coisas. Melhor ainda é o marasmo das frases feitas, dos clichês elogiosos... Bom mesmo é assistir a tudo esperando que a divina providência nos salve porque todo mundo sabe que Deus é brasileiro e tudo dá certo para nós.
Desde que os modernistas comeram com garfo e faca a genuína “arte nacional” já sabemos que a única maneira de se fazer um país melhor, através da arte ou não, é sabendo de tudo, observando deste tudo um pouco e fazendo o melhor. (e ponto!)
Eu amo meu país, mas não defendo superioridade nacional nenhuma. Não acho que o samba é sagrado e nem que não se deve macular a santa bossa nova. Não defendo a pureza da canção nacional contra a invasão estrangeira.
Eu curto o samba, mas fico mesmo é com o Rock-n-Roll e nem por isso sou menos brasileiro.
Existe em toda música gravada na história uma intenção, um teor, uma diferença poética e misteriosa que faz ela ser boa ou ruim. Para mim, a música para ser boa deve conter uma intenção subjetiva, seja ela qual for, é um certo Rock-n-Roll que mora nas grandes canções, independentemente de sua natureza, do seu tema ou da sua idade. E pronto.
Quem entendeu, entendeu. E quem não entendeu... entendeu também!
Junior Bubys